20 de maio de 2008

identidade

Seremos gotas da chuva, cinzas, pó, nada irá restar por isso o que mais ambiciono é tatuar, deixar a minha marca debaixo da pele, a tua, a nossa…. Escolhi-te, seleccionei-te, entreguei-me, devastei-me, violentei-me, magoei-te, feri-me, enlouqueci-nos… Eu não preciso que acredites nestes pedaços pseudoliterários, nestas euforias linguísticas quero sim que acredites no meu olhar, nas minhas mãos que te agarram e te procuram, na minha saliva que te trinca, que te saboreia, que precisa de ti sempre…não sei quanto tempo será este “sempre”, espero que o seja muito e muito tempo…Quero que me queiras debaixo da tua carne, dentro dessa maquineta que saltita no interior do teu corpo comandando todas as tuas veias e bombeando todos os litros do teu sangue…Preciso que me queiras alojar dentro de ti exactamente como eu sou sem sombras, sem fantasmas. Sei que eu consigo ser assustadora, ora inocente, ora doce, ora agressiva, ora lasciva, ora louca, ora selvagem, ora moralista, ora exigente, ora acusadora… mas eu não consigo ser de outro modo! Se me queres, vais ter que me ter exactamente assim…
Com todos estes seres que coabitam energicamente dentro do meu corpo descontrolando a minha mente, ferindo por vezes esta minha alminha, tenho uma certeza a de que eu me quero sempre encontrar nesses teus imensos olhos esverdeamente azuis…